Será que podemos ser tudo que queremos ser?

Carol Dweck em seu livro Mindset nos mostra os benefícios de cultivarmos o Mindset de crescimento, uma forma de pensar que acredita que nossas habilidades e competências são possíveis de serem desenvolvidas. Com isso ela nos estimula a valorizar o caminho da aprendizagem, enxergando nossas deficiências e fracassos como passos necessários ao nosso aperfeiçoamento.

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E assim, ao nos apropriarmos dessa crença fortalecedora o livro nos mostra que podemos ser tudo o que desejarmos, que podemos alcançar aquilo que nos propusermos. Bem empoderador, mas será que realmente podemos ser tudo que quisermos ser? Será que esse querer realmente não tem qualquer restrição?

A pesquisa da Gallup compartilhada no livro Descubra seus Pontos Fortes nos leva a crer que não! Devemos trabalhar para fortalecer nossos talentos, refiná-los com conhecimentos e técnicas para transformá-los em pontos fortes e vantagem competitiva. Ou seja, deveríamos buscar ser tudo que quisermos, desde que queiramos algo que nos permita usar nossos talentos!

A Gallup ainda apresenta o resultado de uma pesquisa com 200 mil empregados de 36 empresas em que apenas 20% respondeu que tem a chance de usar seus talentos todos os dias. Não é surpresa se considerarmos que na vida não parece fortalecer nossos talentos de forma automática, já reparou? Na escola, você foi cobrado para ser alguém na média, nas suas piores matérias foi chamado a reforçar sua atenção para elevar sua performance enquanto nas melhores pôde dar menos foco pois estava sob controle. Ninguém te deu desafios extras para reforçar aquilo que você já era bom, certo? Ninguém te cobrou ir além no que você já era melhor que a média, certo? Um comportamento que leva a pasteurização de todos!  No trabalho a coisa continua do mesmo jeito, os feedbacks quase sempre são feitos nos levando a crer que nossas oportunidades estão atreladas a cobrirmos nossos gaps.


Já dizia Steve Jobs, foque no que você é bom e delegue todo o resto!


Sem dúvida esse é o melhor dos mundos, mas nem sempre possível, a maioria das vezes precisaremos dar algum foco para cobrir nossos gaps, mas precisamos ter clareza de que não será por esse caminho que nos diferenciaremos da média, ali é contenção de perdas, como na escola. Nossas escolhas, para serem estratégicas, precisam considerar nossos talentos e eles parecem não demandar tanto esforço de nossa parte para nos levar à média, mas estão neles nossas maiores chances de performar consistentemente acima dela.

 O grande problema é que temos recursos limitados para investir em nosso desenvolvimento, seja em tempo, atenção, energia, foco ou recursos financeiros. Se usarmos a maior parte deles para contenção de perdas estaremos abrindo mão de brilhar. Soma-se a isso o fato de que sua satisfação vem quando você faz aquilo que é bom e ama, então em última análise focar nos seus talentos também é uma questão de felicidade!

Como está sua balança? Você tem a oportunidade de usar seus talentos todos os dias? Em caso negativo, olhe para dentro de si, identifique seus traços mais fortes, reforce-os com prática e aprendizado e encontre ou invente uma função que seus talentos possam ser aplicados todos os dias! Não sou eu quem está dizendo, a frase é de Warren Buffett, mas eu concordo 100%!

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